Manual Boccia V1

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Manual Simplificado de

Boccia Adaptada

1. Definições
2. Breve Descrição de Como Jogar Boccia
2.1. Antes da Partida
2.2. Aquecimento
2.3. Parcial 1
2.4. Parcial 2
2.5. Parcial 3
2.6. Parcial 4
2.7. Fim do Jogo
2.8. Pontuação
3. Dispositivos Auxiliares
4. Dicas para ajudar a melhorar a autoestima e lidar com pessoas com deficiência
5. Terminologia sobre deficiência
6. Referências
1

1. Definições

2

2. Breve Descrição de Como Jogar Boccia


Qual o objetivo?

O objetivo do jogo é ter o máximo de bolas da sua cor mais perto do alvo (bola branca)
que seu oponente.


Quem pode jogar?

Qualquer pessoa, de qualquer idade e possuindo ou não alguma deficiência. Porém, as
regras dadas aqui serão baseadas no jogo de boccia adaptado.


Qual o equipamento?

O kit de boccia consiste em 6 bolas vermelhas, 6 bolas azuis, uma bola branca. A bola
branca é o alvo ou Jack, as coloridas são as arremessadas na bola branca, tentando chegar o
mais perto possível.
O campo tem 12,5 x 6m e em frente dele são os lugares de arremesso (casa de
lançamento). A superfície deve ser plana e macia (por exemplo: cimento polido, piso de
madeira, borracha natura ou sintética). A superfície deve ser limpa. Nada que possa alterar a
superfície de jogo pode ser utilizado (como por exemplo, pós de qualquer tipo).

Outros equipamentos podem ser necessários como calhas (rampas) e ponteiras, que
são os dispositivos auxiliares.
 Em jogos oficiais, os atletas são divididos em classes, de acordo com a deficiência que
possui.
 O esporte é jogado sentado, sendo que todo jogador, na hora do lançamento da bola,
tem que ter, pelo menos, uma nádega em contato com a cadeira.
 Pode ser jogado individualmente, em pares ou equipes:
Individual - um jogo é composto por quatro (4) parciais, exceto em casos
de desempate. Cada atleta inicia dois parciais com o controle da Bola Alvo,
alternando entre os dois atletas. Cada atleta recebe seis (6) bolas de cor
Pares - um jogo é composto por quatro (4) parciais, exceto em casos de
desempate. Cada atleta inicia um parcial com o controle da Bola Alvo. Cada atleta
recebe três bolas.
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Equipe - um jogo é composto por seis (6) parciais, exceto em casos de
desempate. Cada atleta inicia um parcial com o controle da Bola Alvo. Cada atleta
recebe duas bolas.
2.1. Antes da partida:
Uma moeda é jogada e o time que ganhar escolhe a cor da bola que vai usar. O jogador
com as bolas vermelhas começa a partida.
2.2. Aquecimento:
Os jogadores têm 2 minutos para aquecer/praticar, jogando as bolas no campo.
2.3. Parcial 1:
O jogador com a bola vermelha joga primeiro. Ele vai jogar a bola branca no campo e,
depois, jogar uma bola vermelha, tentando colocá-la o mais perto possível da branca. O
jogador azul lança em seguida, também tentando colocar o mais próximo do alvo.
A pessoa que tiver lançado o mais longe, ou seja, que está perdendo, continua
tentando colocar uma bola da sua cor o mais perto possível da branca. Quando conseguir,
muda para o outro oponente. Ou seja, o time que esta perdendo tenta até conseguir ficar mais
perto. O jogo continua dessa maneira até que todas as bolas tiverem sido lançadas.
Exemplo:
João manda a bola branca e depois uma vermelha; a bola vermelha fica a um metro de
distancia da branca. Maria lança uma de suas azuis e fica a dois metros de distancia da branca.
Então Maria continua jogando e lança outra bola azul; essa bola fica a meio metro da branca
(sua bola azul é a mais perto da branca), então, João vai jogar agora.
Quando as bolas de um time acabarem, o outro joga e continua tentando colocar as
bolas perto da branca, até que todas as bolas acabem. Caso o time que ainda tenha bola não
queira mais lançar, o jogo acaba e as bolas restantes são chamadas de “bolas mortas”.
2.4. Parcial 2:
Esse lançamento começa com o jogador com bolas azuis lançando a branca e uma azul.
Então é a vez do jogador com bolas vermelhas. O jogo continua como o lançamento 1.
2.5. Parcial 3:
O jogador com bolas vermelhas começa.
2.6. Parcial 4:
O jogador com bolas azuis começa.
2.7. Fim do jogo:

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Após todas as parciais, os pontos são somados e o time que tiver uma maior
pontuação ganha. Caso tenha empate, a bola branca é colocada no “X” marcado no campo,
uma moeda é lançada para saber quem começa e mais um parcial é jogado.

2.8. Pontuação:
Todas as bolas mais próximas da bola branca, comparadas as do jogador adversário,
serão consideradas ponto. Ou seja, somente a cor que estiver mais perto pontuará.
Exemplo:

Nesse caso, a mais perto da branca é a azul. Então a azul tem 1 ponto. A próxima mais
perto também é azul, 2 pontos para o azul. Depois vem uma vermelha. Então, o jogo finaliza
com
2
pontos
para
o
time
azul
e
0
para
o
vermelho.

3. Dispositivos auxiliares
Atletas que não conseguem segurar ou arremessar uma bola podem utilizar uma
rampa para jogar boccia. O jogador pode usar qualquer parte do corpo para arremessar a bola.
Normalmente usam cabeça, mãos ou pés. Alguns jogadores usam um capacete com um bastão
anexado (ponteira) e utilizam isso para liberar a bola.
As rampas podem ser feitas de vários materiais. Ela deve caber em uma caixa de 2,5m
x 1m quando deitada. Uma maneira de fazer uma rampa de preço acessível é utilizando tubo
de PVC.
As ponteiras de cabeça possuem varias maneiras de fazê-las. Podem ser feitas com
capacete, bonés, etc e um bastão de metal.
Há também ponteira de boca e braço.

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4. Dicas para ajudar a melhorar a autoestima e lidar com pessoas
com deficiência
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Dê a eles boas vindas de forma acolhedora e pessoal quando
chegarem
Mostre que você tem confiança na capacidade deles de aprender e
melhorar
Demonstre respeito por eles
Conte a eles quais são as qualidades positivas e em que eles são bons
Comunique de forma positiva
Pense em atividades que são apropriadas para o nível de prática deles.
Estabeleça metas realistas e expectativas baseadas nas habilidades
que eles têm
Encoraje esforço e sempre evite resultados
Evite jogos que envolvam eliminações. Crie situações com grandes
chances de sucesso
Seja especifico quando você elogia esforço ou desempenho
Elogie os alcances deles; reconheça o progresso que fizeram
Sorria, pisque ou acene com a cabeça quando quiser expressar
reconhecimento
Dê a eles responsabilidade. Deixe-os se envolverem nas decisões e que
todos tenham uma oportunidade de liderar
Pergunte opiniões e encoraje a perguntar
Chame os participantes pelo nome
Se for conversar com cadeirante por alguns minutos, agache ou sente,
para que conversem no mesmo nível
Pergunte sempre antes se a pessoa precisa de ajuda e como precisa
Não se apoie na cadeira de rodas; é desagradável para o cadeirante
Cuidado ao empurrar uma cadeira de rodas e fique atento às rodas de
conversa, sempre vire a cadeira para que a pessoa também possa
participar
Aja naturalmente com pessoas que tenham deficiência intelectual.
Converse amistosamente e não superproteja, ajude apenas quando
necessário
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 Forneça a cada participante uma experiência positiva
 Forneça uma oportunidade aos participantes de atingir o máximo de
potencial através do esporte
 Use o esporte como uma ferramenta de desenvolvimento pessoal

5. Terminologia sobre deficiência

 Adolescente normal
Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma
deficiência.
TERMOS CORRETOS: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente
(criança, adulto) não-deficiente.
 Aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido
Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que
permanece até os dias de hoje.
 “Apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno”
FRASE CORRETA: “ele tem deficiência e é um ótimo aluno”.
 “Aquela criança não é inteligente”
Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o
presente, foi comprovada a existência de nove tipos de inteligência: lógico-matemática,
verbal-lingüística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinestésica e visualespacial.
FRASE CORRETA: “aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógicomatemática”.
 Cadeira de rodas elétrica
Trata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor.
TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.
 Ceguinho
TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual.
 Classe normal
No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem
adjetivá-la.
TERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular.
 Criança excepcional
TERMOS CORRETOS: criança com deficiência intelectual, criança com deficiência mental.
 Defeituoso físico
O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo
em desuso.
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física.
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 Deficientes físicos (quando se referir a pessoas com qualquer tipo de deficiência)
TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver os itens
9 e 10.
 Deficiência mental leve, moderada, severa, profunda
TERMO CORRETO: deficiência intelectual (sem especificar nível de comprometimento).
 Deficiente mental (quando se referir a uma pessoa com transtorno mental)
TERMOS CORRETOS: pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.
 Doente mental (quando se referir a uma pessoa com deficiência intelectual)
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência intelectual (esta deficiência ainda é conhecida como
deficiência mental). O termo deficiente, usado como substantivo (por ex.: o deficiente
intelectual), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas por motivo de
economia de espaço.
 “Ela é cega mas mora sozinha”
FRASE CORRETA: “ela é cega e mora sozinha”.
 “Ela é retardada mental, mas é uma atleta excepcional”
FRASE CORRETA: “ela tem deficiência mental [intelectual] e se destaca como atleta”.
 “Ela é surda [ou cega], mas não é retardada mental”
FRASE CORRETA: “ela é surda [ou cega] e não tem deficiência intelectual”.
 “Ela foi vítima de paralisia infantil”
FRASES CORRETAS: “ela teve [flexão no passado] paralisia infantil” e/ou “ela tem [flexão no
presente] sequela de paralisia infantil”.
 “Ela teve paralisia cerebral” (quando se referir a uma pessoa viva no presente)
FRASEECORRETA: “ela tem paralisia cerebral”.
 ”Ela foi vítima da pólio”
TERMOS CORRETOS: pólio, poliomielite e paralisia infantil. FRASE CORRETA: ”ela teve pólio”.
 “Ele é surdo-cego”
GRAFIA CORRETA: “ele é surdocego”. Também podemos dizer ou escrever: “ele tem
surdocegueira”.
 “Ele manca com bengala nas axilas”
FRASE CORRETA: “ele anda com muletas axilares”. No contexto coloquial, é correto o uso do
termo muletante para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.
 “Ela sofre de paraplegia” [ou de paralisia cerebral ou de sequela de poliomielite]
FRASE CORRETA: “ela tem paraplegia” [ou paralisia cerebral ou sequela de poliomielite].
33.
 Inválido (quando se referir a uma pessoa que tenha uma deficiência)
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.


Lepra; leproso; doente de lepra
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TERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira o
termo as pessoas com hanseníase ao termo os hansenianos.
 Língua dos sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais.

 Linguagem de sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais.
 Mongolóide; mongol
TERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down.
 Mudinho
TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Há casos de
pessoas que ouvem (portanto, não são surdas), mas têm um distúrbio da fala (ou deficiência
da fala) e, em decorrência disso, não falam.
 Necessidades educativas especiais
TERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais.
 O epilético (ou a pessoa epilética)
TERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem epilepsia.
 O incapacitado (ou a pessoa incapacitada)
TERMO CORRETO: a pessoa com deficiência.
 O paralisado cerebral (ou a pessoa paralisada cerebral)
TERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral
 “Paralisia cerebral é uma doença”
FRASE CORRETA: “paralisia cerebral é uma condição”
 Pessoa normal
TERMO CORRETO: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a
pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.
 Pessoa presa [confinada, condenada] a uma cadeira de rodas
TERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas;
pessoa que usa cadeira de rodas. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante
e chumbado.
 Pessoa surda-muda
GRAFIAS CORRETAS: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva.
Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa.
 Portador de deficiência
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.
 Retardo mental, retardamento mental
TERMOS CORRETOS: deficiência intelectual.
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 “Sofreu um acidente e ficou incapacitado”
FRASE CORRETA: “teve um acidente e ficou deficiente”.
 Surdez-cegueira
GRAFIA CORRETA: surdocegueira.
 Surdinho
TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva.
 Surdo-mudo
GRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere
ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa
 Visão sub-normal
GRAFIA CORRETA: visão subnormal.
TERMO CORRETO: baixa visão.

6. Referências
http://www.portalsaofrancisco.com.br/esportes/bocha-adaptada
http://www.bisfed.com/wp-content/uploads/2017/03/Final_BISFed-2017-Competition-RulesV2.pdf
https://www.selursocial.org.br/terminologia.html
Livro LEARN TO COACH BOCCIA (COACH WORKBOOK) – Canadian Cerebral Palsy Sport
Association and Boccia Canada

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